quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

DEPUTADA ELERTA PARA RISCOS DCONFROENTO


Cerca de 100 índios de sete etnias bloquearam ontem, 10, a entrada e saída de trabalhadores da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em Altamira. Os indígenas usaram ônibus e caminhões para bloquear a entrada no trecho da obra chamado de Sítio Pimental. Temendo o aumento da violência na região e um enfrentamento direto entre índios e trabalhadores, a deputada federal Simone Morgado (PMDB/PA) protocolou um ofício ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, alertando sobre o não cumprimento das condicionantes estabelecidas para a construção da usina e o risco de um confronto violento na região.
Os índios cobram da empresa Norte Energia há mais de três anos – desde o início da obra – uma lista de condicionantes que não estão sendo cumpridas, entre elas: construção de escolas, de postos de saúde e de vigilância; saneamento básico, além da indenização pela perda da pesca ornamental, importante atividade de subsistência dos indígenas da Volta Grande do Xingu. 
De acordo com a deputada Simone Morgado, a insatisfação das lideranças indígenas é preocupante. Ela lembrou que no dia 4 de dezembro do ano passado esteve presente em uma reunião entre a população indígena e representantes do Consórcio Norte Energia e Fundação Nacional do Índio (Funai), órgão que é vinculado ao Ministério da Justiça.
“Fiquei surpresa com o nível de insatisfação das tribos indígenas, que a mim relataram, na presença de outras pessoas, a falta de cumprimento de diversas condicionantes por parte do Consórcio Norte Energia e que deveriam estar sendo cobradas e acompanhadas pela Funai”, relatou o parlamentar paraense.
Segundo Simone Morgado, essas condicionantes estão sendo “empurradas com a barriga”. “Excelência, esta é a expressão mais verdadeira que encontrei para expressar o que senti quando presenciei os índios batendo na mesa do representante do Consórcio Norte Energia, cobrando, mais uma vez, casas de qualidade, prensas adequadas para as casas de farinha, projetos de geração de renda, construção da Casa de Saúde Indígena (Casai), prometida há mais de dois anos e que, atualmente, funciona em uma casa alugada em situação precaríssima, entre outras”, expõe a deputada ao ministro da Justiça.
Durante o encontro que teve com os indígenas em Altamira, a deputada solicitou cópia de atas de reuniões anteriores, e informou ao ministro José Eduardo Cardozo: “pude constatar que as reivindicações são as mesmas já há algum tempo e as respostas do Consórcio também são as mesmas”. “Lamentavelmente, apesar de todos os alertas das tribos indígenas, nenhuma providência foi ou está sendo tomada”.
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