sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Abandono é o retrato de Outeiro



São raras as ruas onde não são encontrados lixo, mato e lama em Outeiro, área distrital de Belém. A maioria está em uma situação de completo abandono. Na Rua das Mangueiras, as pessoas já estão cansadas de esperar pelo término de uma obra de asfaltamento e de terraplanagem que começou em julho do ano passado e até agora não foi concluída, prejudicando a vida de muita gente.
A moradora Raimunda da Silva, que já convive com os problemas da rua há exatos 16 anos, acreditava que a implementação do serviço traria melhoria para a segurança pública da população local. “A gente ficou desanimado depois que a obra foi abandonada em pleno período de execução. Todo mundo acreditou que depois que ela tivesse pronta, haveria melhorias na questão da segurança pública”, lamentou.
“Queremos saber se esses trabalhos vão continuar. Quando nos reuníamos com lideranças na Escola Bosque éramos informados que essa rua consta como asfaltada no mapa da prefeitura, mas vocês veem que a rua está totalmente abandonada. Quando passam motos ou carros nesses buracos, as pessoas só faltam cair nesses locais. Antes de ser eleito, o Zenaldo disse que ia entregar a obra em março, no aniversário de Outeiro, mas ninguém acredita que ela vai ser retomada, infelizmente”, comentou Raimunda.
Os moradores planejam pressionar a prefeitura de Belém assim que o prazo for extrapolado. “O prazo para o término das obras é de seis meses, então, quando chegar o final deste mês, nós vamos fazer um abaixo assinado para obtermos uma resposta. Caso isso não seja feito de imediato, iremos fechar a ponte de Outeiro até que a obra seja retomada”, alertou o morador Osvaldino Costa.
Além da falta de saneamento básico, outra preocupação frequente de quem mora na ilha é com a falta de segurança pública, em especial, na Praia da Brasília. “Aqui está tudo abandonado. Se você vê mato e lixo de um lado, de outro também encontra pessoas sendo vítimas de assaltos. Hoje de manhã mesmo, uma funerária foi assaltada”, contou João Romão, 68.
O aposentado disse também que antes, o movimento da praia era bem intenso às segundas-feiras, mas foi bem prejudicado com a falta de segurança e de policiamento ostensivo. “Antes, quando morava em Icoaraci, vinha pra cá com meus filhos para nos divertirmos. Agora os policiais sequer descem mais na praia. Umas meninas vieram conhecer os locais e quando iam embora, apareceram dois caras e levaram todos os seus pertences e elas nunca mais quiseram vir pra cá, com razão”, acrescentou Romão.
Outros casais com filhos que possuem casa de veraneio na Praia da Brasília confirmaram o receio de passear naquele lugar. “Moramos em Icoaraci e de vez em quando viemos para passear porque é perto e mais barato, mas a nossa casa daqui já foi assaltada mais de quatro vezes”, disse Marcilene Costa. 
O DIÁRIO entrou em contato com as assessorias da Polícia Militar e da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), mas não teve retorno. 
(Diário do Pará)
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