sábado, 24 de janeiro de 2015

Funcionários denunciam precariedade de hospital


Profissionais da saúde do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna protestaram, ontem pela manhã, por melhorias nas condições de trabalho e pelo pagamento da Gratificação de Desempenho Institucional (GDI), que, segundo eles, não estaria sendo paga pelo governo de Simão Jatene.
A categoria denunciou ainda as condições precárias de atendimento.Os trabalhadores sairam da frente do hospital e chegaram a fechar uma pista da avenida Duque de Caxias.
O grupo formado por técnicos de enfermagem, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, entre outras áreas, cobrava por melhorias no atendimento ao paciente. Segundo eles, a máquina de mamografia está quebrada e sem previsão de conserto.
Ao microfone, a técnica de enfermagem Francisca Silva disse que o aparelho de mamografia está sucateado. “Ele está quebrado e a direção do hospital disse que não vai mais fazer mamografia. O governo não quer arrumar, muito menos comprar um novo. É uma empresa terceirizada que presta o exame, mas disseram que não vão mais fazer porque o aparelho é do hospital”. 
Na clínica psiquiátrica, os funcionários dizem que trabalham com precariedade, pois não há macas suficientes e materiais para lidar com a pessoa em um momento de crise.
“Há uma poltrona de encontro que é utilizado no momento para pacientes em plena agressividade, mas precisamos de camas adaptadas, pois eles correm o risco de se jogarem no chão e podem se machucar. Quando se machucam, nós sofremos marginalização porque fica parecendo que nós somos agressores”, contou Frank Dias, técnico de enfermagem e membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa).
Ainda segundo ele, pacientes chegam a ficar amarrados na entrada por não ter espaço na emergência da psiquiatria. 
AMARRADOS
Quem também constatou este fato foi Elizete Borges, que tentou visitar a sogra pela manhã. Ela contou que a sogra viajou do município de Moju e estava há uma semana internada e amarrada à espera de um leito.
“Ela está na emergência, passou três dias amarrada com um pano do hospital. A última informação que eu tive foi que ela conseguiu o leito, mas vim aqui para visita-la e não me deixaram entrar porque estavam dedetizando a psiquiatria e vou ter que voltar a tarde”, disse.
Elizete também denuncia que os pacientes somente recebem lençóis à noite e que, pela manhã, ficam em contato com o colchão, que é forrado por um material plástico.
Simone Silva está com o filho de 17 anos internado na psiquiatria e também denunciou que o ar condicionado do prédio não funciona, o que gera desconforto, inclusive não há comodidade para os acompanhantes, que dormem no chão.
“A gente dorme no chão, é muito carapanã. A comida servida também é horrível, só servem um pouco de sopa e se passar cinco minutos do horário do jantar eles não servem mais e, às vezes, a gente tá cuidando do paciente que está passando por uma crise, mesmo assim não come mais”.
A categoria também faz críticas à forma em que se encontra a farmácia do hospital. “A farmácia foi terceirizada e não foi paga. Por isso eles suspenderam o serviço, não era fornecida medicação correta. Logo depois de um tempo, fizeram o pagamento”. 
GDI
A categoria também pedia pelo pagamento da Gratificação de Desempenho Institucional (GDI). “A direção cortou 30% da nossa gratificação de desempenho e não anunciou quando será pago. Os outros 70% ficou de ser pago até dia 22 de janeiro e nada ainda. Nós consideramos isso um grande desrespeito com os funcionários do serviço público, pois agora querem cortar nossos direitos”, disse Marcelo Miranda, técnico de enfermagem.
RESPOSTA
A diretora-presidente do hospital, Ana Lydia Cabeça, disse que o hospital ainda está no prazo para fazer o pagamento da gratificação, que pode ser pago até o fim de janeiro.
“O que acontece é que antes conseguíamos antecipar o pagamento da GDI, porém o pagamento agora não está atrasado, está no prazo, que vai até o fim de janeiro”. 
Sobre a mamografia, a diretora disse que o aparelho passa por manutenção e que a demora se deve ao fato de “algumas peças que vêm de fora”. Sobre a clínica psiquiátrica, Cabeça afirma que, devido à grande demanda de pacientes, o hospital faz convênios com outras unidades para continuar o atendimento.
(Diário do Pará)
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