Governados pela bunda
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| Maycol: O pensador nato |
Lembro – me como se fosse hoje... Eu devia ter uns vinte e seis anos na época...
A primeira vez que a bunda da Paola Oliveira apareceu na TV, o país fez um minuto de silêncio. A comoção foi geral.
Os religiosos gritaram que era obra de Deus. O porta voz do PSDB falou que tratava-se de um projeto que começou a evoluir enquanto “eles” estavam no governo. E afirmou, "cedo ou tarde vamos privatizar".
O PT emitiu uma nota, dizendo que a bunda de Paola Oliveira durante o governo do presidente Lula cresceu, e com a Dilma foi aperfeiçoada e ampliada.
Os incrédulos disseram que era photoshop. Mas ninguém deu muita atenção.
O ponto ápice, foi quando o papa que nos últimos tempos resolveu dar opinião sobre tudo disse: “Admiro o reinado de Gretchen, mas tiro o barrete para Paola”.
Pronto! O país tinha uma bandeira nacional. Não demorou muito para o ministro da fazenda imprimir notas e moedas estampadas com as nádegas mais perfeitas do ”gigante”.
As vezes quando surgia uma revolta, manifestações por algum motivo banal. Tipo corrupção ou aumento da tarifa de ônibus. O governo anunciava um pronunciamento em cadeia nacional acompanhando a majestosa bunda, para ajudar a esclarecer qualquer dúvida da população.
E tudo se acertava num silêncio resignado. Aquela bunda tinha credibilidade.
Quando a presidente e o vice foram acometidos por uma grande virose nas vésperas da Assembleia Geral das Nações Unidas, não houve dúvidas. A bunda de Paola Oliveira deveria cumprir a tradição e abrir a reunião com toda certeza.
“Estaremos bem representados” disse a presidente.
É claro que a princípio, houve grande consternação e até certa resistência por parte dos líderes mundiais. Mas depois do discurso “bundal”, todos foram categóricos ao afirmar que aquela bunda era mais firme e dura que a outra!
E foi nesse ponto que houve a revolução. Sim! Teve uma revolução. Explodiu pelo país inúmeras manifestações. Cartazes diziam: “Abaixo a bunda mole!”. Um manifesto foi assinado por inúmeros líderes. E as forças armadas declararam apoio ao movimento “Pró Bunda”.
E a bunda ganhou uma faixa presidencial.
Nenhum governante mundial interviu por dois motivos básicos. Primeiro porque do lado de cá da linha do equador, tudo pode. E nós, nós somos “Brazil” país do carnaval, nada mais coerente que ser governado por uma bunda.
31/01
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