sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Usuários reclamam dos atendimentos nos postos



“Aqui não existe clínico geral. Só mosca. Pode perguntar. Não tem!” A frase indignada da empregada doméstica Maria de Fátima Souza, 59 anos, resume o atendimento na Posto de Saúde do Guamá, em Belém.
Na madrugada de ontem, várias pessoas aguardavam em frente à unidade para pegar ficha de atendimento com dentista, pediatra, clínico geral, entre outras especialidades. Maria estava na fila para conseguir consulta com um ginecologista e, para a neta, um pediatra. Segundo ela, um início de manhã perdido.
“É o maior sufoco pra pegar ficha. Tenho que fazer no particular porque toda vez que venho aqui o aparelho ‘tá’ quebrado ou o médico não veio”, enfatiza.
Já no Posto de Saúde da Pedreira, segundo a denúncia de uma mãe, faltam fichas para vacinar os bebês. As mães precisam chegar por volta das 4h da madrugada. Para a mãe Ana Paula Catete, 32 anos, são distribuídos um número insuficiente de fichas.
“As vacinas de três meses minha filha tomou agora com 5 meses. O problema é que as mães têm que chegar com um bebê de quatro dias para pegar entre 25 senhas e vacinar. Quem não vacina volta para casa’’, ressalta. 
Na terça-feira, 20, Ana chegou em frente ao posto por volta das 5h, pegou a ficha e retornou em casa para buscar a criança. Essa foi a forma encontrada pela mãe para não ficar com a filha no colo, na rua, durante a madrugada.
“A gente vai na frente pegar a senha e depois volta para pegar o filho. Alguns moram longe, não tem como fazer isso.” 
VACINAS
Os funcionários explicaram a Ana que o número específico de vacinas obedece aos critérios do sistema informatizado do local. “É uma demora muito grande. As funcionárias informaram que informatizaram o sistema e tem que cadastrar no computador. E demora o atendimento. Os funcionários não são capacitados”, diz. 
Diagnosticado com um cisto no estômago, o carpinteiro Leonardo Pinheiro Pantoja, 37 anos, tentava pela segunda vez, neste ano, marcar um exame de raio x. Ele detalha que, desde dezembro de 2013, ouve a mesma justificativa.
“Eu cansei de vir aqui. Vim hoje (ontem) para saber se está funcionando e se vai ter atendimento. Um exame de raio x no estomago sai por R$ 250 e eu não tenho esse valor”, enfatiza. 
Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado (Sespa) informou que a Unidade da Pedreira tem recebido pacientes de todos os bairros e que a demanda diária por atendimento é superior à capacidade instalada. 
No caso da sala de vacina, além da demanda elevada, o serviço está sendo informatizado, o que levou a direção da unidade a decidir, de forma temporária, pela distribuição de 60 senhas para vacinação da comunidade em geral, sendo 30 para a manhã e outras 30 para a tarde, diz a nota.
Porém, segundo a Sespa, essa determinação não está valendo para a vacinação atrelada à campanha contra a pólio e sarampo, que prossegue normalmente e sem distribuição de fichas. A Secretaria Muncipal de Saúde não se manifestou até o fechamento desta edição.
(Diário do Pará)

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